Os dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró
contavam com uma rede de apoio no Ceará, segundo investigação da Força
Integrada de Combate ao Crime Organizado no Ceará (Ficco). Deibson do
Nascimento e Rogério Mendonça foram capturados nesta quinta-feira (4) em Marabá
(PA).
De acordo com a Ficco, foram detectadas no Ceará diversas
movimentações que indicam que eles contavam com auxílio de membros de uma
facção criminosa. Três pessoas suspeitas de participação nesta rede foram
presas no estado (veja mais detalhes abaixo).
Para chegar ao Pará, onde foram capturados nesta terça, eles
viajaram de barco durante seis dias partindo do Ceará. Ambos fazem parte da
mesma facção criminosa Comando Vermelho.
No dia 8 de março, Nícolas Rodrigues Alves foi preso pela
Ficco em Fortaleza. Nicolas seria um dos chefes do grupo criminoso em Aquiraz,
cidade da região metropolitana da capital cearense, e apontado como o
responsável por dar apoio a Rogério e Deibson. Ele é natural do Rio Grande do
Norte, mas atuava no Ceará.
Na última segunda-feira (1º), um homem identificado como
João Victor Xavier da Cunha foi capturado pela Ficco em uma pousada na Praia do
Futuro, em Fortaleza. Ele é natural de Baraúna, no Rio Grande do Norte, mas
também tinha atuação na facção criminosa no Ceará. João Victor estaria como
responsável por prestar ajuda a Rogério e Deibson após da prisão de Nicolas.
Os dois homens, segundo a Ficco, auxiliavam os foragidos com
esconderijos e suprimentos.
Nícolas e João Victor seguem presos e estão à disposição da 8ª Vara Federal, em Fortaleza.
Uma jovem de 21 anos também foi presa, em Aracati, cidade do
litoral leste do Ceará, suspeita de dar apoio aos dois foragidos. Ela foi
detida em flagrante com 24,5 kg de droga e uma pistola no dia 21 de março, quando
a Polícia Federal cumpriu nove mandados de busca e apreensão como parte da
operação que tentava recapturar os fugitivos.
Após a prisão da suspeita, a polícia investiga se ela tinha
objetivo de repassar armas aos foragidos.
Rogério Mendonça e Deibson Nascimento estavam foragidos
desde 14 de fevereiro, quando abriram passagem por um buraco em uma luminária
do presídio e cortaram duas cercas de arame usando ferramentas de uma obra que
ocorria no local para escapar.
Foi a primeira fuga na história do sistema penitenciário
federal desde a criação, em 2006.
As buscas envolveram helicópteros, drones, cães farejadores
e outros equipamentos tecnológicos sofisticados, além de mais de 600 homens,
incluindo a Força Nacional e equipes de elite da Polícia Federal e da Polícia
Rodoviária Federal.
As buscas se concentraram, desde o início, nas áreas rurais
das cidades de Mossoró e Baraúna, cidades ligadas pela estrada RN-015, onde
fica o presídio, que ficam próximas à divisa com o Ceará.
Por Aline Oliveira, Samuel Pinusa, g1 CE
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