Como forma de homenagem póstuma o Site Miséria lembra exatos
15 anos da morte do radialista Geraldo Alves dos Santos, que transcorre nesta
quinta-feira. Ele morreu aos 74 anos de idade no dia 25 de abril de 2009 no
Hospital do Coração em Barbalha. O mesmo estava internado há uma semana após
sofrer um infarto sendo socorrido às pressas para ser submetido a uma cirurgia
cardíaca, mas não resistiu.
Era um dos radialistas mais velhos em atividade no Juazeiro
e com o detalhe de ter atuado por 56 anos na mesma Rádio Iracema, onde começou
em 1953, quando a emissora tinha dois anos de fundação. Sua carteira foi
assinada como contínuo, depois passou a controlista, discotecário, diretor
artístico, locutor chefe e gerente. Geraldo dizia ter feito de tudo no rádio.
Ele nasceu no dia 15 de março de 1935 em Missão Velha ou um ano após a morte de
Padre Cícero em Juazeiro, onde era cidadão honorário.
O mesmo era do tempo em que o rádio era o principal meio de
comunicação entre as pessoas, diante da ausência do telefone, deficiência dos
Correios e dificuldades por transportes. O rádio atuava como grande prestador
de serviços e Geraldo Alves chegou a receber cerca de 50 cartas por dia, sendo
a maioria cumprindo esse objetivo de ligação entre as pessoas. Divulgava uma
série de avisos de utilidade pública seja de morte, de nascimento, doença,
viagem e outros direcionados, principalmente à zona rural.
Fulana de tal ganhou neném do
sexo masculino e passa bem. Está indo hoje e pede para ir apanhar com um burro
na beira da estrada. Gentileza quem ouvir este aviso, favor retransmitir ao
destinatário, cita o radialista, recordando
um dos tipos de recados dados aos montes através
do seu programa. Na época, além
da Rádio Iracema, já
funcionava a Rádio Araripe do Crato, que foi a
pioneira na região. Seu primeiro programa foi Discoteca do Fã, que
ficou no ar durante 20 anos, entre 1955 e 1975.
O programa Geraldo
Alves Comunica fez tanto sucesso quanto Discoteca do Fã, Bom Dia Juventude e Abrindo a Porteira todos
apresentados por ele na Rádio Iracema. Irmão do Mestre Coelho Alves, foi membro de uma família composta por vários outros
radialistas. Se destacou ainda como publicitário
e dono da agência GAS, que eram as iniciais do
seu nome. Com a morte de Geraldo Alves o rádio
do Cariri perdeu um dos seus patrimônios
morais.
Tio Gê
era uma forma carinhosa como o tratavam seus colegas de rádio. Por muitos anos morou na Rua Santa Luzia perto da Capela
do Socorro, onde sua esposa Lourdes Alves dos Santos mantinha uma loja de
artigos religiosos. Bastante católico,
Geraldo Alves foi Ministro da Eucaristia e irmão
do Santíssimo Sacramento. Jamais deixou de
conduzir no peito o rosário de Nossa Senhora das Dores e
uma imagem de Padre Cícero no bolso da camisa.
O seu pai, Antônio Alves dos Santos, era militar e Geraldo
nunca escondeu a vontade que tinha de trabalhar no rádio. Isso tornou-se
realidade aos 18 anos quando chegou à Juazeiro procedente de Missão Velha.
Depois, muitos profissionais de destaque no rádio caririense passaram pelo
crivo e a orientação dele. Geraldo Alves era um daqueles apaixonados pelo rádio
que costumava dizer que, se fosse preciso, começaria tudo de novo.
Por Demontier Tenório
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