Os quatro policiais militares acusados do desaparecimento do
frentista João Paulo Sousa Rodrigues, em 2015, vão a júri popular nos dias 6 a
8 de maio, conforme divulgado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) nesta
segunda-feira (29). O crime foi cometido a mando do patrão da vítima.
Os agentes Haroldo Cardoso da Silva, Francisco Wanderley
Alves da Silva, Antônio Barbosa Júnior e Elidson Temóteo Valentim foram
denunciados pelo Ministério Público em dezembro de 2015, pelos crimes de
sequestro, tortura, homicídio, ocultação de cadáver e organização criminosa.
O promotor de justiça Marcus Renan Palácio de Morais Santos
ampliou o número de denunciados em 2018, incluindo o empresário Severino
Almeida Chaves como mandante do crime que vitimou o frentista.
O frentista João Paulo Sousa Rodrigues foi visto vivo em 30
de setembro de 2015. Ele foi abordado pelos quatro PMs quando se dirigia até o
posto de combustíveis em que trabalhava. No decorrer da ação, o frentista foi
algemado e colocado dentro da viatura, onde, segundo as investigações, teria
sido torturado e depois assassinado. O corpo da vítima nunca foi encontrado.
Conforme denúncia do MPCE, o crime teria sido cometido a
pedido do empresário Severino Almeida, dono do posto de combustíveis em que
João Paulo trabalhava, no Bairro Parque Santa Rosa, em Fortaleza.
Severino teria desconfiado que o frentista estaria sugerindo
a criminosos da região que assaltassem o local. Denunciado pelo Ministério
Público em fevereiro de 2018, o empresário, porém, foi impronunciado pela
Justiça, que alegou ausência de provas de sua participação.
O promotor de Justiça Marcus Renan Palácio de Morais Santos
representará o MP cearense no júri da próxima semana. Ele destaca a importância
de dar uma resposta à sociedade sobre o caso.
“Os fatos que embasam a acusação são de extrema gravidade e
demandam uma resposta firme da Justiça. Tanto a família da vítima quanto a
sociedade esperam, há nove anos, que os responsáveis por esses atos hediondos
sejam devidamente julgados e punidos conforme a lei”, ressaltou o promotor
Marcus Renan Palácio de Morais.
Por Lena Sena, g1 CE
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