O Ceará foi o estado com maior porcentagem de crianças
alfabetizadas na idade certa em 2023, conforme o Ministério da Educação (MEC).
Ou seja, o estado teve 83% das crianças sabendo ler e escrever ao fim do 2º ano
do ensino fundamental. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (28).
Os resultados do primeiro relatório do novo indicador foram
apresentados durante reunião do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. Veja
abaixo os índices de cada estado do Brasil — com exceção de Acre, Roraima e
Distrito Federal, que não tiveram os dados divulgados pelo MEC.
“Esses dados mostram que estamos no caminho certo. Mas ainda
temos muito a avançar. O Governo do Ceará não tem medido esforços e nem
recursos para fazer a nossa educação crescer cada vez mais. Investir em
educação é a garantia de um estado mais justo, humano e igualitário”, citou o
governador Elmano de Freitas.
O índice foi calculado a partir do alinhamento nacional dos
dados consolidados pelas avaliações aplicadas nos estados em 2023. O
Compromisso foi lançado pelo MEC no ano passado, com o intuito de garantir o
direito à alfabetização de todas as crianças do Brasil.
Ainda segundo o relatório, 56% das crianças brasileiras
alcançaram o patamar de alfabetização definido pelo Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) para o 2° ano do ensino fundamental.
Com o resultado, o Brasil recuperou o desempenho de alfabetização anterior à
pandemia de Covid-19.
O Compromisso Nacional Criança Alfabetizada tem o objetivo
de garantir que os alunos de 6 e 7 anos aprendam a ler e a escrever. No país,
100% dos estados e 99,8% dos municípios aderiram ao programa. Mais de R$ 1
bilhão já foi investido no programa, segundo o MEC.
O objetivo também é recompor as aprendizagens, com ênfase na
alfabetização de todas as crianças matriculadas no 3°, 4° e 5° ano afetadas
pela pandemia.
“Retomamos o patamar que era em 2019 [antes da pandemia da
Covid]. Todos os estados melhoraram de 2021 para 2023”, disse o ministro Camilo
Santana. O Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2021 era de 36%.
Avanço pós-pandemia de Covid
O patamar alcançado pela nova política é semelhante ao
percentual de estudantes alfabetizados no Brasil em 2019, segundo o Sistema de
Avaliação da Educação Básica (Saeb), que era de 55% (entenda abaixo a diferença
do atual programa para o Saeb).
"É importante de comemorar, mas ainda estamos muito
longe, porque não queremos apenas metade das nossas crianças alfabetizadas na
idade certa, queremos 100%. Progredimos, porém ainda temos um longo caminho a
percorrer", avaliou Camilo Santana, ministro da Educação.
De acordo com o ministro, mais de R$ 1 bilhão foi repassado
para os estados e municípios para desenvolver políticas locais de
alfabetização, garantir a construção de cantinhos de leitura em escolas, formar
gestores e professores, entre outras iniciativas.
Situação nos estados
Índice de crianças alfabetizadas na idade certa:
Brasil - 56%
Alagoas - 44%
Amapá - 42%
Amazonas - 52%
Bahia - 37%
Ceará - 85%
Espírito Santo - 68%
Goiás - 67%
Maranhão - 56%
Mato Grosso - 55%
Mato Grosso do Sul - 47%
Minas Gerais - 60%
Pará - 48%
Paraíba - 51%
Paraná - 73%
Pernambuco - 59%
Piauí - 52%
Rio de Janeiro - 52%
Rio Grande do Norte - 37%
Rio Grande do Sul - 63%
Rondônia - 65%
Santa Catarina - 61%
São Paulo - 52%
Sergipe - 31%
Tocantins - 44%
O que é o Compromisso e qual a diferença para o Saeb?
O Compromisso Nacional Criança Alfabetizada foi firmado pelo
MEC em 2023, com o objetivo de articular ações municipais, estaduais e federais
em torno de uma meta: garantir que 100% das crianças do 2º ano do ensino
fundamental saibam ler e escrever.
Para que isso se torne possível, o governo criou uma
ferramenta nova de avaliação, capaz de traçar um diagnóstico mais preciso da
situação de cada rede.
Até então, a principal prova para “medir” os conhecimentos
das crianças era o Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica). Só que o
foco dessa avaliação são os alunos do 5º e 9º ano do ensino fundamental e do 3º
ano do ensino médio, que respondem questões de português e matemática.
Há dois pontos frágeis no Saeb, no quesito de alfabetização:
em 2021, as crianças de 2º ano do ensino fundamental só
participaram por amostra: ou seja, não foram todas que integraram o
levantamento;
a avaliação é feita a cada dois anos, intervalo que impede
um acompanhamento em tempo real dos problemas de aprendizagem.
Como solução, no Compromisso Nacional Criança Alfabetizada,
avaliações aplicadas por cada estado passaram a ser integradas aos dados do
Saeb. Elas são:
anuais, para um monitoramento constante das crianças;
e censitárias, em vez de por amostra (ou seja, todos
participam).
A ideia do MEC é, ao associar o Saeb e as provas estaduais,
chegar a uma resposta mais precisa da situação de cada rede de ensino.
Por g1 CE
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