Cinco meses após clientes denunciarem que foram filmadas
nuas ou seminuas, sem autorização, pela dona de uma clínica de estética que
funcionava no Bairro Messejana, em Fortaleza, a Polícia Civil ainda não
concluiu a investigação sobre o caso.
As vítimas só descobriram o ocorrido em dezembro de 2023,
após as imagens gravadas indevidamente serem expostas nas redes sociais por um
perfil que alegava ter o objetivo de desmascarar a esteticista Valdineide da
Silva Silveira.
À época, Val Silveira, como é conhecida, disse em depoimento
à polícia que foi alvo de uma quadrilha que instalou aplicativos que permitiam
controlar o celular dela. Segundo a empresária, os criminosos fizeram as
filmagens das clientes nuas sem que ela soubesse.
Conforme a Polícia Civil, a Delegacia de Defesa da Mulher de
Fortaleza segue investigando as denúncias de crimes contra a dignidade sexual,
que teriam sido praticados em ambiente virtual. Uma das vítimas é uma
influenciadora.
Ainda de acordo com a polícia, a dona da clínica de
estética, proprietária do perfil onde imagens das vítimas teriam sido
publicadas, também registrou um Boletim de Ocorrência, onde afirmou que teve
seu perfil invadido.
"A Polícia Civil ressalta ainda que outras possíveis
vítimas também podem comparecer à unidade policial para repassar mais
informações. A Delegacia da Mulher Fortaleza segue realizando diligências com o
intuito de elucidar o caso. Mais informações serão repassadas em momento
oportuno para não comprometer o trabalho policial", disse a Polícia Civil.
Em conversa com a reportagem, Val Silveira, afirmou que era
extorquida por um homem com quem se relacionava online e pelos comparsas dele.
Conforme a mulher, ela vinha mantendo um relacionamento
online com um suposto empresário de São Paulo, e os dois teriam marcado um
encontro presencial em novembro em Fortaleza. O homem, porém, não apareceu no
encontro, mas enviou um grupo de pessoas que teriam roubado seus celulares e
afirmado que iriam controlar sua clínica.
No período entre o encontro e a publicação indevida das
imagens, ela diz ter sido extorquida em cerca de R$ 10 mil.
A informação é diferente da que consta no boletim de
ocorrência prestado pela dona da clínica, ao qual o g1 teve acesso. No
documento, ela afirma que a quadrilha teria instalado aplicativos que davam
acesso a todo o sistema do seu celular, e que nunca fazia vídeos das clientes
por conta própria, apenas fotos.
No boletim de ocorrência, ela também diz que o grupo
instalou aplicativos que permitiam controlar seu celular e que eles haviam
feito as filmagens sem o seu consentimento.
Em conversa com o g1 no dia 12 de dezembro, contudo, a dona
da clínica contou que ela mesmo havia feito as gravações, mas que estava sendo
obrigada a gravar as clientes pelo grupo, e que não sabia qual o uso que eles
fariam das imagens.
Ela também disse que o grupo vinha controlando as suas redes
sociais há algum tempo, e que os vídeos começaram a ser publicados após
descumprir as ordens deles.
Por Lena Sena , g1 CE
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