A empresária Cicera Marciana Cruz da Silva, uma das proprietárias da loja de artigos de luxo Maison Móveis e Decoração, em Juazeiro do Norte, foi presa nesta segunda-feira (13) na região do Cariri cearense. Ela e dois sócios são suspeitos de aplicar golpes milionários usando os dados de clientes e até mesmo dos funcionários.
Cicera Marciana, conhecida como Anna Cruz, estava foragida desde setembro de 2023, quando o esquema criminoso foi revelado. O caso veio à tona após as vítimas registrarem boletins de ocorrência denunciando empréstimos feitos sem seu consentimento após elas preencherem um cadastro na loja.
O mandado de prisão contra Cicera foi cumprido pela Delegacia Regional de Juazeiro do Norte. Além dela, outros sócios da empresa são apontados como integrantes do esquema criminoso. Dois deles estão foragidos e continuam sendo procurados. São eles:
Iorlando Silva Freitas
Irineide Bezerra Braga
Cicera deve passar por audiência de custódia nesta terça-feira (14), na qual a Justiça vai decidir se converte a prisão em preventiva ou se a empresária pode responder ao processo em liberdade.
A investigação inicial da Delegacia Regional de Juazeiro do Norte resultou em uma operação no dia 13 de setembro, na qual a vendedora Laynnara Pereira Gonçalves Veloso foi presa. A jovem era bastante conhecida na cidade e, à época, acumulava mais de 15 mil seguidores nas redes sociais.
Segundo a polícia, as vítimas eram abordadas por Laynnara e outras funcionárias, que insistiam que as pessoas fizessem um cadastro, com o pretexto de oferta de promoções para beneficiar os clientes. Depois, os empresários sócios da Maison Designer faziam empréstimos em nomes das pessoas que haviam cedido os dados.
Empréstimo de R$ 600 mil em nome de assalariado
De acordo com o delegado regional de Juazeiro do Norte, Júlio Agrelli, a polícia conseguiu identificar cinco vítimas lesadas em mais de R$ 1 milhão.
Porém, a estimativa da polícia é que os golpes ultrapassem R$ 10 milhões, pois outras outras vítimas estão sendo localizadas. Os donos da loja de luxo aplicaram os golpes até nos próprios funcionários do estabelecimento.
Ainda de acordo com a polícia, os empresários chegaram a fazer empréstimos de R$ 600 mil que lesaram uma pessoa que ganhava apenas um salário mínimo.
O valor elevado, aprovado para uma pessoa assalariada, levou os agentes a suspeitarem de que o golpe envolvia também bancários, que facilitavam os empréstimos.
"Um ponto que chama nossa atenção é se alguém do banco facilitou esse golpe, porque algumas pessoas que tinham um perfil de score [pontuação para obter crédito em banco] muito abaixo do que se espera para receber o montante obtido no banco. Tinha gente que recebia um salário mínimo e conseguiu fazer empréstimo de R$ 600 mil", diz o delegado responsável pelo caso.
Segundo a Polícia Civil, os empresários usavam parte do dinheiro "para gerar um capital para a loja, movimentar um fluxo de capital e se capitalizar, comprar estoque".
A Polícia Civil investiga os empresários e a vendedora pela prática de crimes como lavagem de dinheiro, estelionato, falsificação de documentos e formação de quadrilha.
Por g1 CE.
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