Um inspetor da Polícia Civil, que também atua como
psicólogo, foi demitido da corporação. Ele é acusado de abusar do próprio
sobrinho, uma criança de 11 anos, durante as sessões de terapia. A demissão
dele foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) na última terça-feira (7).
O caso aconteceu em Bela Cruz, no interior do Ceará. Ele foi condenado a 15
anos de prisão, mas responde em liberdade.
O suspeito é casado com a tia da vítima. Em depoimento, a
mãe da vítima informou que o filho foi paciente do ex-policial civil durante
quatro anos. A criança tem diagnóstico de Transtorno do Déficit de Atenção com
Hiperatividade - TDAH e Transtorno do Espectro Autista - TEA.
De início, o acusado teria recusado fazer os atendimentos
devido ao vínculo familiar com a vítima. No entanto, a mãe da criança e a tia
(esposa do acusado) insistiram que ele atendesse o menino, tendo em vista que
não há muitas clínicas psicológicas no município, segundo o Diário Oficial.
Os atendimentos, então, seguiram entre 2019 e 2022. Até que
as sessões foram encerradas pelo próprio psicólogo que, no entanto, não deu
justificativa para o encerramento, conforme depoimento da família.
A mãe disse ainda que começou a perceber comportamentos
diferentes na criança em outubro de 2021, antes da troca de psicólogo. Ela
descobriu que o garoto estava acessando vídeos pornográficos. Então, o filho
dela passou a relatar os abusos que aconteciam nas sessões de terapia, dizendo
que também assistia aos vídeos nas consultas e os recebia do psicólogo no
celular.
O menino passou a ser atendido por outros dois psicólogos,
que afirmaram tanto que a criança tinha sido vítima de abuso, quanto sinais de
estresse pós-traumático no menino.
No depoimento, o ex-policial civil negou as acusações da
família. Ele disse que decidiu encerrar as consultas depois que a esposa e
cunhada dele (que são irmãs) tiveram uma briga por motivos financeiros.
Na Justiça, o psicólogo foi condenado a 15 anos, dois meses
e dez dias, a ser cumprido em regime fechado, mas ganhou o direito de responder
em liberdade. Além da pena, a Justiça determinou que o psicólogo deve pagar R$
20 mil de indenização à vítima. Ele ainda teve o registro profissional de
psicólogo suspenso.
Por g1 CE.
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