O laudo da Perícia Forense apontou que o bebê José Raffael
de Sousa Alves, de 5 meses, morto em uma creche em 3 de junho na cidade de
Itaitinga, na Grande Fortaleza, sofreu sufocamento por leite. Segundo o laudo,
houve a "grande reação inflamatória local e obstruindo as vias aéreas,
explicando os achados de asfixia no exame cadavérico".
A madrinha do bebê afirmou que, mesmo com a conclusão do
laudo, a família vai pedir as câmeras de segurança da creche para cobrar
investigação do caso.
"A creche disse que não tem essas imagens, mas uma
pessoa já me disse que tem, sim, câmeras internas. Estamos aguardando o que o
delegado de Itaitinga vai investigar", disse.
José Raffael de Sousa Alves chegou a ser socorrido quando se
engasgou, mas não resistiu.
Conforme o relatório médico ao qual o g1 teve acesso, o bebê
chegou à Unidade Básica de Saúde do Ancuri às 16h51, acompanhado por dois
funcionários da creche, com relato de engasgo após ingerir leite. Na ocasião,
os socorristas constataram que o menino já estava em parada cardiorrespiratória
e com a pele azulada (cianose).
Durante o socorro, os profissionais de saúde realizaram a
manobra de Heimlich e fizeram diversos ciclos de reanimação cardiopulmonar,
porém sem sucesso. Na ocasião, não foi realizada tentativa de entubação do
bebê, porque a unidade não tinha equipamento.
Ainda segundo o relatório médico, enquanto os profissionais
atendiam o bebê, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi
acionado, mas o resgate só chegou 30 minutos após o primeiro contato. No
hospital, os socorristas do Samu ainda fizeram doze ciclos de reanimação
cardiopulmonar, mas a criança não resistiu. O garoto era filho único.
A Secretaria Municipal de Saúde de Itaitinga foi procurada
para esclarecer sobre a falta dos equipamentos para a entubação do bebê. O
órgão explicou que a criança foi levada a uma Unidade Básica de Saúde,
equipamento voltado apenas para atendimentos de menor complexidade, portanto
sem a obrigatoriedade de ter os equipamentos específicos.
O Samu Ceará foi questionado sobre o tempo até a chegada dos
socorristas da unidade e informou que o Serviço foi acionado para atender a
ocorrência às 17h01min, e às 17h21min chegou ao local, ou seja, levou 20
minutos para chegar ao local e não 30 minutos como registrado no relatório
médico. Nesse período a criança já estava em parada cardiorrespiratória.
"O Serviço enviou uma ambulância de Suporte Avançado
(USA), UTI móvel. A equipe ficou até 18h15 nessa unidade de Saúde. O Samu Ceará
lamenta esse momento de dor e se solidariza com a família", disse.
Por g1 CE
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