A segunda fase da campanha de imunização contra a dengue no
Ceará vai se expandir e incluir mais 23 municípios do estado. O anúncio foi
feito nesta quinta-feira (6) pelo governador Elmano de Freitas. Ainda não há,
porém, uma data oficial para a vacinação começar nestas novas cidades.
O público-alvo da campanha de vacinação, definido pelo
Ministério da Saúde, abrange crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos. Até
agora, apenas quatro municípios cearenses tinha recebido aplicando doses do
imunizante contra a dengue: Fortaleza, Itaitinga, Eusébio e Aquiraz. Com a
adição das novas cidades, vai chegar a 27 o número de municípios ministrando a
vacina.
Para esta nova fase da vacinação, o Ceará vai receber mais
11.349 doses da vacina. Elas serão distribuídas entre os seguintes municípios:
- Acopiara
- Altaneira
- Antonina do Norte
- Araripe
- Assaré
- Campos Sales
- Cariús
- Catarina
- Crato
- Deputado Irapuan Pinheiro
- Farias Brito
- Iguatu
- Jucás
- Mombaça
- Nova Olinda
- Piquet Carneiro
- Potengi
- Quixelô
- Salitre
- Santana do Cariri
- Saboeiro
- Tarrafas
- Várzea Alegre
A distribuição da vacina contra a dengue no Brasil teve
início no mês de fevereiro, em meio a um recorde de casos da doença e de mortes
em decorrência dela.
Inicialmente, 16 estados e o Distrito Federal receberam o
imunizante, mas o Ceará não estava entre os contemplados por conta da baixo
número de casos de dengue no estado. No entanto, o estado passou a receber a
vacina em abril e começou a vacinar o público-alvo em maio.
Por que índices de dengue estão baixos no Ceará?
De acordo com dados da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa),
o estado tem ido na "contramão" do cenário nacional. De janeiro a
abril, o Ceará teve apenas 2.641 casos de dengue confirmados e um óbito
provocado pela doença.
Antonio Lima Neto, secretário Executivo de Vigilância em
Saúde da Sesa, explicou quais fatores contribuem para esse cenário.
“O que tem acontecido, pelo menos nos últimos oito ou dez
anos, é que a transmissão de dengue no Ceará (praticamente em todo o Nordeste)
tem se mantido baixa em relação à série histórica”, comentou.
Ele disse que o cenário se tornou mais evidente após a
pandemia de Covid-19, com vários casos de epidemias vistos no Centro-Sul do
Brasil. Uma das causas prováveis é a expansão do mosquito Aedes aegypti para
outros estados ligada ao aquecimento global.
“Durante muitos anos, estivemos solitários nessa situação. O
Nordeste era onde praticamente se tinha exclusivamente epidemia de dengue; às
vezes, com Rio de Janeiro ou Goiás”, lembrou o secretário
Atualmente, os tipos 1 e 2 de dengue são os que estão em
maior circulação. Ambos já causaram epidemias no Ceará, o que contribui para o
baixo número de casos no estado, uma vez que a infecção causa, posteriormente,
imunidade à pessoa infectada. O secretário, no entanto, disse que não se deve
falar em imunidade de rebanho ou coletiva.
“Mas aqui tem uma fração maior da população que não pode ter
a doença, em comparação com o resto do Brasil, porque a população já teve [a
dengue desses tipos]”, explicou.
Por g1 CE
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