Dois acusados de matar o coroinha Ronald Miguel Freitas de
Oliveira, em 2019, na calçada da casa no Bairro Jacarecanga, em Fortaleza, irão
a júri popular, conforme decisão da Justiça do Ceará. A data do julgamento
ainda não foi definida.
Segundo a denúncia do Ministério Público, no dia 24 de
novembro de 2019, por volta das 19h, Ronald Miguel, que tinha 15 anos, estava
sentando em frente da residência, após chegar da missa, quando foi abordado
violentamente por Pedro Henrique de Morais Pereira, o “Perneta”, João Levi da
Silva de Oliveira e um terceiro suspeito, que à época tinha 17 anos.
O trio pegou o celular da vítima, pois suspeitava que no
aparelho havia imagens de pessoas fazendo o sinal "V" com os dedos, o
que para eles seria menção a um grupo criminoso rival ao que eles pertenciam.
Após a inspeção, Pedro Henrique e o adolescente saíram. Ao retornarem, o
adolescente atirou na cabeça do coroinha, que morreu no local.
Pedro Henrique e João Levi foram presos e o terceiro
envolvido, que era adolescente, foi apreendido. Pedro Henrique tem antecedentes
criminais por roubo e tráfico de drogas. João Levi possui três passagens por
roubo e o então adolescente responde a atos infracionais análogos aos crimes de
tráfico de drogas, lesão corporal, crime contra a administração pública, uso de
documento falso e homicídio tentado e consumado.
A Denúncia foi recebida pela Justiça em 20 de janeiro de
2020, determinando-se a citação dos denunciados. Em agosto de 2022 foi
realizada a Audiência de instrução, com a participação de quatro testemunhas e
o interrogatório de Pedro Henrique e João Levi.
Para o juiz que analisou o caso, há “indícios suficientes de
autoria ou de participação” dos acusados no homicídio qualificado.
"Ante ao exposto, sem que haja qualquer outra matéria a
ser apreciada, [...], admito a acusação em face dos denunciados Pedro Henrique
de Morais Pereira e João Levi da Silva de Oliveira,devidamente qualificados,
pronunciando-os para que sejam julgados perante o 2º Tribunaldo Júri desta
Comarca", diz um trecho da decisão do juiz.
Pedro Henrique, o primeiro a ter o mandado de prisão
preventiva cumprido, estava preso por outro crime. Ele foi capturado pela
Polícia Militar, com 55 gramas de cocaína e um revólver calibre 38 municiado,
horas após o homicídio, a poucos metros do local onde Ronald morreu.
O estudo da arma com os projéteis retirados do corpo da
vítima foi compatível, ou seja, os projéteis padrões do revólver apreendido
percorreram o cano da mesma arma. O laudo pericial foi anexado aos autos da
investigação e refutou a versão que Pedro Henrique deu em depoimento de que não
teria participado do crime.
Em abril de 2019, foi a vez de João Levi ter o mandado de
prisão preventiva cumprido durante uma abordagem da Polícia Militar, na
capital. Já o adolescente, teve o mandado de apreensão pela morte de Ronald
cumprido, no dia 27 de julho de 2020, em uma unidade de saúde na capital.
Mesmo apresentando documentação falsa, o adolescente foi
reconhecido e teve a identidade confirmada pelas forças policiais. Em razão do
episódio, foi lavrado um ato infracional pelo uso do documento falso. Também
foram cumpridos outros dois mandados judiciais que estavam pendentes em
desfavor dele. Segundo as apurações policiais, o adolescente é apontado como
autor dos disparos.
Por g1 CE.
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