Uma inspetora da Polícia Civil denunciada por um garçom pelo
crime de injúria racial foi indiciada pela Controladoria Geral de Disciplina
dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD). O caso foi
relatado ao g1 em março deste ano.
Conforme a denúncia do garçom, em meio a uma confusão sobre
o pagamento da conta, a policial o mandou "voltar pra senzala" e
"comer milho". A agente nega (veja abaixo detalhes da denúncia e da
defesa da mulher denunciada).
A atualização foi publicada no Diário Oficial do Estado na
última sexta-feira (19). Agora, Janete de Almeida Fermon será investigada, já
que um processo administrativo disciplinar foi instaurado.
Garçom denuncia policial civil por racismo após ela recusar
pagar conta em churrascaria.
Ao g1, a policial envolvida negou a denúncia e disse que
houve uma troca de ofensas entre o garçom e um grupo de clientes.
O garçom de 26 anos denunciou o caso após uma discussão na
churrascaria onde ele trabalha no Bairro Serrinha, em Fortaleza. A briga foi
filmada por outra funcionária do estabelecimento (veja acima).
Relembre os fatos
A discussão começou após a inspetora e mais duas pessoas se
recusarem a pagar a conta. Após a recusa dos clientes, o garçom pediu que eles
conversassem com o gerente do local — que autorizou que o pagamento fosse feito
em outro dia. No entanto, os três clientes (entre eles, a inspetora) passaram a
ofender verbalmente o garçom.
"Ela disse que iria deixar os documentos, para amanhã
[na quarta-feira] vir pagar. Mas eu disse que não concordava com isso",
relembrou o garçom sobre o início da discussão. Ele teve receio que, caso os
clientes não pagassem, o valor seria descontado do salário dele.
No vídeo, é possível ouvir a inspetora, que tem 54 anos,
falando que o garçom iria "viver comendo milho de senzala". O g1
conversou com a vítima, que disse que a inspetora, em outro momento da
discussão, disse para ele "voltar para a senzala".
"Ela disse que eu era um porco, que eu nunca ia ser
ninguém na vida. Aí, nessa hora, eu me exaltei. Ela mandou, pela primeira vez,
para eu ir para a senzala, mas ainda não estava gravando", comentou o
garçom.
"Na hora que ela estava falando, eu estava tentando
manter a calma pra não me descontrolar e perder a razão, mas depois que a ficha
caiu, comecei a chorar de raiva", lamentou a vítima. Ele disse, inclusive,
que não conseguiu dormir após a discussão.
Um dos clientes do local que estava acompanhada da
inspetora, que tem deficiência visual, afirma que o garçom iniciou os insultos
e eles "reagiram" às provocações. "A gente já tinha combinado
com o gerente e o subgerente que iríamos pagar no dia seguinte. O garçom pelo
pela gente e chamou de caloteiro, pegou uma cadeira e fez que ia jogar,
ameaçando a gente", diz.
A Polícia Civil informou que repudia veementemente os fatos
ocorridos envolvendo a inspetora. A Polícia disse ainda que a inspetora também
registrou, um BO por difamação, na mesma delegacia.
Por g1 CE.
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