O pintor Pedro Igor da Silva Cavalcante foi condenado, nesta
terça-feira (20), a 47 anos, nove meses e vinte dias de prisão por matar a
ex-companheira e arrancar a orelha da enteada em Santa Quitéria, no interior do
Ceará.
Conforme a denúncia do Ministério Público, Pedro Igor e
Cassiana Marques Gonçalves, de 31 anos, estavam juntos há quatro anos. No dia 8
de abril deste ano, após uma discussão do casal, a mulher optou por terminar o
relacionamento e determinou que o companheiro deixasse a residência onde ela
morava.
Sem aceitar o fim da relação, o réu tirou a vida da
ex-namorada, golpeando-a diversas vezes com o cabo de uma enxada.
Após matar a mulher, o acusado enganou a enteada, de 13
anos, chamando-a para prestar ajuda a mão dela. Ao ir ao encontro do padrasto,
o homem também começou a golpear a jovem com o cabo da mesma enxada.
A adolescente relatou à polícia que desmaiou ao ser acertada
com o cabo na cabeça e que, quando acordou, fugiu para buscar ajuda na casa de
uma tia, tendo sido levada para atendimento hospitalar pela avó. Ela teve uma
orelha arrancada.
Após o crime, Pedro Igor tentou fugir, mas foi preso horas
depois em uma parada de ônibus na CE-176.
Enteada que teve orelha arrancada por padrasto aguarda
cirurgia, mas pode ficar sem membro, diz hospital
Ao proferir a sentença, o Tribunal do Júri reconheceu as
qualificadoras de motivo torpe, emprego de meio cruel e a utilização de
recursos que dificultaram a defesa da vítima. Os jurados ainda consideraram que
o crime foi cometido por razões da condição do sexo feminino.
A pena do femincídio foi fixada em 29 anos e e quatro meses
de reclusão. Já pela tentativa de homicídio da enteada, ele foi condenado a 18
anos, cinco meses e 20 dias. O acusado deverá ser cumprida inicialmente em
regime fechado e o réu não poderá apelar da decisão em liberdade.
A Justiça determinou que o pintor também deverá indenizar
moralmente os quatro filhos da mulher, em R$ 15 mil cada, assim como deverá
pagar mais R$ 10 mil à adolescente agredida no dia dos fatos.
A sessão foi presidida pela juíza Maria Anita Araruna Correa
Dias, titular da Vara Única Criminal de Santa Quitéria.
Por g1 CE
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