O cearense Danílson de Sousa Amaro, de 32 anos, que morreu
com outros dois brasileiros e um angolano em um acidente de carro no leste da
França, havia viajado para o exterior há mais de dois anos para trabalhar como
pedreiro em uma empresa de construção civil.
Danílson ia completar três anos morando no país europeu.
Conforme Rafael Ramon, amigo do cearense e que trabalhava na mesma empresa,
Danílson planejava vir ao Brasil em novembro para levar sua esposa e os dois
filhos para passar uma temporada na França.
Rafael e Danílson se conheceram em Belém do Piauí, conforme
o amigo contou ao g1. Ele já estava morando na França há alguns anos e falou
para Danílson sobre a oportunidade de trabalho no país. O cearense, então,
viajou em 2022 para trabalhar na empresa de construção, voltada para edificação
de residências.
Danílson dividia uma casa na cidade de Saône com as outras
três vítimas do acidente: o goiano Alexander Borges (41 anos), o brasiliense
Denivan de Paula (41 anos) e Osvaldo Lima (54 anos), nascido em Angola e
portador de cidadania cabo-verdiana. No local também vivia a esposa e filho de
Denivan.
Os amigos tinham trabalhado na manhã de domingo. Pela noite
foram a um estabelecimento de jogos na cidade para relaxar. O acidente ocorreu
por volta de 1h30 no horário local (20h30 no horário de Brasília), quando eles
voltavam para casa.
Momentos antes do acidente, as vítimas publicaram um vídeo
se divertindo dentro do carro, cantando a música 'Só Fé', do cantor e
compositor Grelo. Nas imagens, todos os homens aparecem usando cinto de
segurança.
Rafael contou ao g1 que só soube do ocorrido ao amanhecer,
quando foi contatado pela polícia e chamado para reconhecer os corpos dos
amigos. "A gente tem um pequeno grupo de brasileiros que mora aqui, moro
com minha esposa [aqui] há mais tempo, e estamos tentando se ajudar",
disse.
Ele e outros brasileiros que moram na região montaram uma
campanha de arrecadação virtual no site Vakinha para realizar o traslado dos
corpos dos três brasileiros e do cabo-verdiano. Conforme Rafael, a embaixada
brasileira vai ajudar nas questões burocráticas da investigação e da liberação
dos corpos, mas não vai arcar com o traslado.
A meta da campanha é arrecadar R$ 196 mil, valor que deve
ser usado para arcar com todos os custos funerários e o transporte dos restos
mortais de Danílson, Alexander e Danivan para o Brasil e de Osvaldo Lima para
Angola.
Batida a 180 km/h
Segundo autoridades locais, o motorista perdeu o controle do
veículo, um Volkswagen Passat, que circulava em alta velocidade em uma estrada
departamental perto da cidade de Saône, onde as vítimas viviam.
O carro bateu em uma árvore, teve o motor ejetado e ficou
com o velocímetro parado em 180 km/h. O limite de velocidade na estrada era de
50 km/h.
O prefeito de Saône, Benoit Vuillemin, informou que abriu
uma investigação sobre o caso.
Por g1 CE
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