A morte de uma criança de 1 ano e 3 meses em Caucaia, no Ceará, pode representar o segundo caso de infecção por uma ameba super-rara no Brasil. A suspeita é que ela tenha sido infectada pela ameba Naegleria fowleri, causadora de meningoencefalite amebiana primária (PAM).
De acordo com o Ministério da Saúde, a contaminação teria ocorrido durante um banho em casa, quando água não tratada possivelmente entrou pelas narinas da criança. Os primeiros sintomas — febre, sonolência, irritabilidade e vômitos — começaram oito dias antes do óbito, registrado em 19 de setembro de 2024.
A ameba Naegleria fowleri é um organismo unicelular que habita águas doces quentes, como lagos, açudes e fontes termais. A infecção acontece quando a água contaminada entra pelo nariz, permitindo que a ameba chegue ao cérebro, causando destruição do tecido cerebral e inflamação. Não há transmissão por ingestão de água ou contato entre pessoas.
O secretário executivo de Vigilância em Saúde do Ceará, Antonio Silva Lima Neto, informou que a investigação conta com análises em amostras biológicas e de água. A água que abastecia a casa da criança testou positivo para a presença da ameba.
Medidas de prevenção foram adotadas pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) e pela Prefeitura de Caucaia, incluindo melhorias na cloração e filtragem da água.
O
único outro caso registrado no Brasil ocorreu em 1975, no estado de São Paulo.
A meningoencefalite amebiana é extremamente rara e de difícil diagnóstico, já
que seus sintomas iniciais se assemelham a outras infecções.
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