Os recentes ataques de facções criminosas no Ceará têm impactado duramente os pequenos provedores de internet. Segundo a União dos Provedores do Ceará (Uniproce), 15 empresas já fecharam as portas, resultando na perda de 10 mil clientes e na demissão de cerca de 200 trabalhadores.
As ofensivas criminosas, atribuídas principalmente ao Comando Vermelho, incluem incêndios a lojas e veículos, além de ameaças diretas aos funcionários. Os criminosos exigem que as empresas se associem ao grupo e repassem até 60% de seus lucros. Quando não há acordo, ataques são realizados como retaliação.
A situação também afetou grandes empresas como a Brisanet, que perdeu cerca de dois mil clientes em Fortaleza e Caucaia. A GPX Telecom, que operava em Caucaia há nove anos, teve sua estrutura destruída e precisou encerrar as atividades.
A Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint) alerta que o setor pode sofrer graves prejuízos se não houver uma resposta efetiva das autoridades. Pequenos provedores representam 60% da banda larga fixa no Brasil e enfrentam dificuldades para se recuperar após a perda de infraestrutura e clientes.
Especialistas temem que a crise reduza a concorrência e prejudique a qualidade dos serviços, além de afetar a economia local devido à menor geração de empregos na área de tecnologia.
Para conter a onda de ataques, uma operação integrada das forças de segurança do Ceará prendeu ao menos 40 suspeitos e busca identificar outros envolvidos, além de desativar provedores clandestinos.
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